sexta-feira

Oralidade e Memória

       Ao usar depoimentos para o estudo da história de um povo levamos em consideração a voz do sujeito, suas singularidades e pensamentos a respeito da história vivida. Nesse sentido estamos valorizando e pesquisando de dentro para fora, ou seja, considerando a experiência vivida como fonte documental.
      As memórias de um povo quando individualizadas tomam como foco cada pessoa como sujeito de sua história, uma história construída a partir da tessitura das memórias individuais que constituirão a memória coletiva.
       Nessa perspectiva, consideramos como conceito de memória como o órgão que armazena as experiências positivas e negativas e “que formam o patrimônio cultural de cada pessoa”(DISTANTE, 1988:88). Ao ouvir relatos de uma pessoa pertencente a uma comunidade afro-descendente assim como a uma outra e, ao compartilhar com esta pessoa ou com o grupo as reflexões obtidas a partir desses relatos, estaremos possibilitando um crescimento, uma ampliação conjunta da óptica tanto de quem pesquisa como de quem é pesquisado. Assim, poderemos gerar uma perspectiva transformadora no sentido de perceber e fazer perceber que na história não somos só pacientes, mas agentes e, como isso, nos encorajarmos a implementar ações que resgatem a memória, valorizem a sua história e impulsionem transformações.

Referência:
DISTANTE, Camelo. Memória e Identidade. In: Identidade e Memória. Tempo Brasileiro, nº 95, Rio de Janeiro, out./dez de 1998.

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