sábado

A consocial e a Educaçao do povo brasileiro

A sociedade encontra – se reunida em discussão em Brasília na 1ª Consocial Conferência Nacional de Transparência e Controle Social com vistas a construir o plano nacional de transparência. 
       
          Tivemos a satisfação de participar desse importante momento,porém, consideramos que para que haja transformação na  postura da sociedade como um todo, pressupomos necessariamente uma mudança no contexto educacional  por acreditarmos que a formação precisa rever algumas questões. 




           Nesse sentido, discutimos no eixo II, um dos quatro eixos propostos para otimizar as discussões, a temática de Mecanismos de controle social, engajamento e capacitação da sociedade para o controle da gestão pública.

Assim fizemos as alterações devidas na proposta 2.1 que incorporava várias propostas construídas por toda população brasileira em conferências estaduais, municipais e nas conferencias livres e assim apresentamos o seguinte texto para ser apreciado na plenária final junto com o conjunto das propostas dos outros eixos resultando no seguinte texto: 



"Criar e implantar lei que modifique a LDB estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de educação fiscal abordando os temas: o controle social, receitas e despesas, gestão pública, direitos do cidadão e controle da gestão pública, políticas sociais e públicas, transparência, enfrentamento da corrupção, ética, senso crítico, formação do cidadão e gestão participativa das políticas públicas, acesso a dados públicos, direitos humanos, direito constitucional, orçamento público, funções do Estado, direitos e deveres, voto consciente, respeito ao patrimônio público e atuação nos conselhos. Dessa forma, a lei alterará as diretrizes nacionais para a educação básica bem como integrará as matrizes curriculares dos cursos de nível superior priorizando os cursos de formação de professores e pedagogia. A lei deverá orientar editoras à produção de material didático sobre o referido tema e incluir a temática em concursos públicos e exames de admissão de estudantes para as Universidades, devendo veicular também um portal sobre esse tema em cooperação com a Secretaria da Fazenda, a Receita Federal do Brasil, CGU e demais controladoras no site do MEC e promover cursos gratuitos para os diversos segmentos da sociedade, bem como para os atores da comunidade escolar em específico, garantindo a paridade."   





segunda-feira

A respeito da relação educação e segurança nas escola

Aos colegas professores/as, 


Vale a pena ler as (excelentes) colocações da Professora Ana Maria Monteiro (Faculdade de Educação - UFRJ) sobre a questão dos PMs nas escolas estaduais do Rio.



Amig@s


Envio mensagem que escrevi após participar do Jornal Nacional ontem. 


Na noite de 5 feira, dia 3 de maio, na aula do Cespeb, fui informada pelos professores sobre a decisão do governo do estado do Rio de Janeiro de alocar policiais armados em colégios "perigosos???", medida que já estava, inclusive, implantada em colégios onde alguns deles atuam.O impacto era geral. 


Surpresa, indignação e, posso dizer, raiva eram sentimentos expressos misturados com constrangimento, preocupação sobre o que poderia acontecer em futuro próximo e até mesmo a impotência e um certo medo frente a esta medida radical que nem em tempos de ditadura militar vimos acontecer. 


Policiais armados, de plantão nas escolas, em seus horários de folga -possibilidade de legalização o "bico"?- para a "defesa do patrimônio" das escolas?. Entre o espanto e o choque frente ao que eu ouvia, discutimos as possíveis razões para a medida e que medidas poderíamos tomar junto ao SEPE, sindicato e Ministério público. Informei que apresentaria uma moção de repúdio na Congregação. Ontem, sexta-feira, fui contactada pela equipe do Jornal Nacional para saber de nossa visão sobre a questão. Fui convidada para gravar uma entrevista que foi ao ar, editada e reduzida, mas que recortou o ponto principal de minha posição. 


Escola não é lugar de polícia. Escola é lugar de educação através dos saberes, da produção de conhecimentos e onde aprendemos que podemos buscar resolver conflitos através de argumentos, da palavra. Onde aprendemos que somos diferentes e que as diferenças nos ajudam a aprender sobre quem somos. 


Expliquei que a presença de policiais armados na escola deixa implícita a idéia de que em última instância, é através das armas que se resolvem os conflitos. E que, ao contrário, defendo que escola é lugar para se aprender sobre nossos direitos e responsabilidades, para reconhecer e repudiar a violência e desigualdades. Por mais que situações de conflitos, violência ocorram, e vão ocorrer sempre, não é a presença de policiais armados que vai evitá-las e resolvê-las. 


Polícia na escola é mais um fator de violência ao esvaziar a autoridade dos professores e constrangê-los, fragilizá-los. Censurá-los? Entendo que o dever do estado é manter uma escola com infra-estrutura, condições de trabalho,salários dignos e que apoie os docentes nos momentos difíceis que venham a ocorrer. Polícia garante a segurança nas ruas, nos arredores da escola e, se for preciso, é chamada para entrar e atuar em casos específicos de roubos, invasões, depredações, presença de armas.Mas entra e sai. De alguma maneira, alocar policiais na escola revela a impotência do Estado e de sua política educacional que não consegue encontrar alternativas educacionais para o enfrentamento dos desafios contemporâneos apresentados pela escola. 



Escola é lugar de estudantes, professores e de trabalhadores de apoio, em relação entre si, com o outro e com os saberes. Através dos saberes descobrem mundos e possibilidades de vida e de busca da felicidade. 

Educação como prática política de liberdade é o desafio que nos anima e incita a prosseguir." 



Ana Maria Monteiro