segunda-feira

ARTE, LUDICIDADE E MOVIMENTO ( registro da aula do dia 11/04/2014 e referências)

ARTE, LUDICIDADE E MOVIMENTO / Tópicos para reflexão sobre o corpo 
AULAS DOS DIAS 04 E 11/04/2014


Prof. Elaine Pernambuco

SOBRE SITUAÇÕES VIVENCIADAS NAS ESCOLAS AINDA HOJE ANALISEMOS:

·         Modo de funcionamento descolado do mundo natural;
·         Denominada por Foucault (1987) como instituição de seqüestro, a escola e outras instituições, como os presídios, os hospícios e os quartéis, visavam controlar não apenas o tempo dos indivíduos, mas também seus corpos, extraindo deles o máximo de tempo e de forças;
·         Descartes (1596-1650) é o expoente desta distinção entre a substância ou “coisa” extensa (res extensa) e substância ou a “coisa” pensante (res cogitans). Para o pensamento cartesiano, o corpo material opõe-se ao espírito, à alma;
·         Em função de sua tarefa disciplinadora, a escola, desde tempos nem tão remotos assim, lançava mão, inclusive, de castigos corporais. O corpo disciplinado era aquele do silêncio, da imobilidade, do controle dos movimentos. O corpo que obedecia às prescrições adultas, que se amoldava às regras socialmente impostas.
REFLEXÕES:
·         Na contramão da concepção cartesiana – em que a mente domina o corpo e as paixões, e tem o poder de explicar todas as funções corporais de modo puramente mecânico – Espinosa (1632-1677), ao invés de perguntar “o que é um corpo”, ao invés de buscar uma definição, interroga: “o que pode um corpo?”;
·         Para Maturana (2001), o conhecimento não é representativo, não está gravado na mente humana, mas é corpóreo – está gravado em nossos corpos, o que inclui outras dimensões que não só a mente racional humana: inclui as sensações corporais e os sentimentos vivenciados. No entanto, estamos inseridos em uma cultura que enfatiza o conflito mente-corpo e a escola acaba reproduzindo esta dualidade em suas estruturas curriculares e em suas rotinas;
·         Reafirmamos nosso desejo de contribuir para um mundo diferente, uma vida menos banal, onde a “ética do cuidado” possa retomar o seu valor, ao favorecer em cada um o encontro com sua maneira singular de ser.
·         Na contramão do que é hegemônico, esta postura exigiria uma crença na vida como vontade de potência, e, por outro lado, uma concepção de conhecimento e de aprendizagem que não obedece a hierarquias,  que se processa de maneira rizomática, sem fronteiras (Deleuze, 2002). Nesta perspectiva, o cuidar seria uma referência importante, porque: (...) orienta o trabalho em relação a três ecologias (Guattari, 1990) e nos ajuda a avaliar:
·  I) a qualidade dos espaços/atividades Relacionadas ao eu (ecologia pessoal);
·  II) a qualidade das interações coletivas, relacionadas ao nós (ecologia social); e
·  III) a qualidade das relações com a natureza (ecologia ambiental) (Tiriba, 2007, p. 49).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DELEUZE, Gilles. Espinosa, filosofia prática. São Paulo: Escuta, 2002.
GUATTARI, Félix. “As três ecologias”. Campinas: Papirus, 1990.
FOUCAULT. Michel. Vigiar e Punir. Petrópolis: Vozes, 1987.
TIRIBA, Léa. “Reinventando relações entre seres humanos e natureza nos espaços de educação infantil”. Revista Presença Pedagógica, v.13, n.76, jul./ago., Belo Horizonte, Editora Dimensão, 2007.
MATURANA, Humberto R., VARELA, Francisco J. A Árvore do Conhecimento. SãoPaulo: Editora Palas Atena, 2001.
MATURANA, Humberto. Emoções e linguagem na educação e na política. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.
TIRIBA, Léa. “Reinventando relações entre seres humanos e natureza nos espaços de educação infantil”. Revista Presença Pedagógica, v.13, n.76, jul./ago., Belo Horizonte, Editora Dimensão, 2007.























Músicas utilizadas:

Wolfgang Amadeus Mozart 1. AS BODAS DE FíGARO. "ABERTURA 4B SINFONIA N? 40 EM SOL ME-NOR, K. SSO 2. MOLTO ALLEGRO 7:27 3. ANDANTE 7B 4. MENUETTO. ALLEGRETTO 356 S. ALLEGRO ASSAI 651 SINFONtA N? 41 EM MAIOR, K. "JÚPITER" 6 ALLEGRO VIVACE 7 ANDANTE CANTABILE 816 8. MENUETTO: ALLEGRETTO 4 38 FINALE. MOLTO ALLEGRO 832

Referências bibliográficas: GENÚ, Marta. A corporeidade e as dimensões humanas. Disponível em:< http://www.artigocientifico.com.br/uploads/artc_1188342579_46.>